segunda-feira, outubro 30, 2006

O que são Grandes Portugueses? Quais foram? Porque foram?

Os Grandes Portugueses é um desafio lançado pela estação pública portuguesa, RTP.
Consiste em algo semelhante a um concurso televisivo, em que as pessoas votam nas figuras portuguesas que se mais destacaram em Portugal.
Tal desafio enuncia uma série de personalidades que abstractamente se poderiam afigurar como Grandes portugueses, podendo contudo, as pessoas votar naquelas enunciadas, bem como, em qualquer outra personalidade, seja essa, anónima ou conhecida do público em geral.
Quem foi afinal a personalidade, ligada às artes, à cultura, à política, ao desporto, às ciências, etc..., que se possa considerar como o Grande Português. Quem será o portador de tal distinção, capaz de honrar tamanha elevação?

Será que foi, D. Afonso Henriques, que foi o primeiro Rei de Portugal e que lutou contra a sua própria mãe em busca de um sonho chamado Portugal; será que foi, Infante D. Henrique, que recebeu da história o cognome de O Navegador, e que dos seus estudos, guiou Portugal à grandeza dos Descobrimentos; será que foi, o visionário Luis Vaz de Camões, que nos deixou um legado literário impar na história e cultura portuguesa, com a obra Os Lusíadas; será que foi Marquês de Pombal, que teve um papel fundamental na reconstrução de Lisboa após o Terramoto de 1755 que devastou a cidade, reerguendo-a em glória e beleza arquitectónica; será que foi, Fernando Pessoa, o eterno poeta português que mergulhou na descoberta do "eu" através da poesia; será que foi Francisco Sá Carneiro, um dos grandes impulsionadores da consolidação da democracia em Portugal, e que morreu num acidente de aviação, cujas circunstancias ainda não são claras, ou terá sido Amália Rodrigues, que se tornou a maior fadista portuguesa de todos os tempos e um ícone popular. Quem terá sido?

Todos estes e muitos outros, não mencionados, foram de facto Grandes Portugueses. Não sei quem terá sido maior de todos, se calhar nenhum se terá destacado face aos demais.
O importante não é classificar estes vultos como melhores ou piores, o importante é recordá-los como figuras ilustres da história portuguesa. O importante é eternizar as suas obras, feitos e conquistas, que galvanizaram Portugal, e eternizar os valores e pensamentos, que deixaram na cultura portuguesa.

Grandes Portugueses seremos nós todos, se jamais os seus nomes forem apagados e esquecidos!

um ilustre lusitano...

Não foi um herói nacional e pouco mérito lhe é reconhecido,
Mas foi e será, um grande Barcelense, um ilustre Lusitano…

Monsenhor Alberto da Rocha Martins, padre, escritor, orador e jornalista, nasceu em Semelhe, Braga, em 8 de Julho 1917, e faleceu em 16 de Agosto de 1995, em Barcelos.
Frequentou os Seminários Arquidiocesanos de Braga, tendo obtido altas classificações.
Foi ordenado Sacerdote no dia 21 e celebrou a sua 1ª Missa no dia 29 de Setembro de 1940.
Em 1941, foi nomeado Prior de S. Martinho de Dume, freguesia suburbana da cidade de Braga, tendo exercido ali, intensa actividade pastoral até 1948. Durante este período de tempo, foi professor em colégios de Braga.
No referido ano de 1948, veio para Barcelos, onde passou a residir com o seu irmão, o saudoso Prior. Padre Alfredo da Rocha Martins, assumindo então a capelania do Senhor da Cruz.
Foi director-fundador do «Jornal de Barcelos», cargo que exerceu durante vários anos, e tendo colaborado em vários outros jornais e revistas, como «Diário do Minho», «Correio do Minho», «Debate», «Diário Ilustrado», «Diários de Noticias», «Povoa de Lanhoso», «Noticias de Guimarães», «a Rua», «O Barcelense»; «Celebração Litúrgica», etc…
Foi competentíssimo professor nos externatos locais «Alcaides de Faria» e «D. António Barroso» e ainda nos colégios do Coração de Jesus e D. Nuno, da Povoa de Varzim
Após a morte do Padre Alfredo da Rocha Martins, ocorrida em 29 de Dezembro de 1968, foi nomeado Prior de Barcelos.
Em 1979, foi elevado à dignidade de Dom Prior da Colegiada Barcelense pelo Arcebispo Primaz, D. Eurico Dias Nogueira.
Na mesma data Sua Santidade o Papa João Paulo II elevou-o à dignidade de Monsenhor na qual foi investido em soleníssima cerimónia, no dia 21 de Outubro do mesmo ano, tendo sido, simultaneamente distinguido pela Câmara Municipal com o título de «Cidadão Honorário de Barcelos».
Foi agraciado com a Medalha de Bons Serviços dos Bombeiros Voluntários de Barcelos de quem era Capelão, Medalha de Ouro – Serviços Distintos da Liga de Bombeiros Portugueses em 30 de Setembro de 1990, foi lhe atribuída a Medalha-Grau Ouro da Câmara Municipal de Barcelos.
Desde muito cedo, revelou grande aptidão para as letras, tendo publicado ao longo da sua vida várias obras literárias, tais como, «Debruçado sobre o Evangelho», «O Problema do Homem e a Realidade Divina», «Nossa Senhora da Franqueira», «Sonho e Certeza», «Um Sonho… Uma Vida… Uma Presença…», «Palavras de Saudade», «Brilhando ao Sol da Justiça».

A melhor maneira de homenagear este ilustre Lusitano, é fazer jús às suas palavras:

O homem é capaz de se entusiasmar e viver com emoção os grandes ideais, comovendo-se, até às lágrimas, perante os grandes heróis e os acontecimentos inesquecíveis. É capaz de se apaixonar diante de um herói, consagra-lo, e perenizá-lo através da palavra empolgante e sugestiva.

O silencio que, conforme a sabedoria, é de oiro, e a palavra que, podendo ser bela e explosiva, soa, passa, perde-se e morre…
Nesta perspectiva, penso que os grandes momentos da glória dum Povo, deveriam ser exaltados no silêncio profundo e respeitoso de homenagem à sua grandeza.
Silêncio de gratidão ao seu esforço, à sua coragem e ao seu martírio. Silêncio que, no mistério da sua eloquência, perenizasse a sua obra imortal.
O silêncio é fecundo! O silêncio é Irradiante!