segunda-feira, dezembro 18, 2006

África, aqui tão perto, aqui tão longe...

"O PM (José Socrates) regozijou-se com o apoio manifestado pelos líderes europeus ao desejo português de realizar a Cimeira entre a UE e a África, que vem sendo adiada há alguns anos, em Lisboa, em 2007. «O Conselho decidiu que não se esperasse mais e que a cimeira com África fosse realizada no próximo ano em Lisboa. É uma boa notícia para Portugal e para a nossa presidência», disse Sócrates, sublinhando que «esta boa notícia é resultado de meses de insistência» da diplomacia portuguesa junto dos seus parceiros da UE para a necessidade de relançar o diálogo com África." (Portal do Governo)
A questão que se coloca ao Sr. José Socrates, é se ele ficou contente com o facto de ser em Lisboa a realização da Cimeira entre a UE e a África ou pelo facto da realização da mesma?
Porque ser em Lisboa ou em Badajoz é, para mim, totalmente indiferente. Agora, fico extremamente contente em saber que os líderes europeus tenham manifestado concordância na realização da Cimeira.
O facto mais relevante é que, nós europeus, não podemos ficar indiferentes aos problemas sociais, humanitários, económicos, etc, com que os países africanos se deparam, e dos problemas que destes advêem para o espaço comunitário.
Ou seja, numa primeira linha, a UE tem uma obrigação moral (e histórica), de ajudar no desenvolvimento do continente Africano, que no passado, muito sofreu por nossa causa. Em segundo, a UE não pode alhear-se ao fenómeno migratório do norte de África, que afecta directamente os países europeus do sul e os países africanos, neste fenómeno envolvido, e indirectamente os restantes países europeus.

sexta-feira, novembro 10, 2006

não há direito...

No rescaldo da greve nacional da Função Pública...

«As negociações com os sindicatos fracassaram porque sempre nos deparamos com uma forte resistência a qualquer mudança, a qualquer flexibilização que fosse no regime da função pública e de funcionamento de serviços”, afirmou o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos


«O Governo faz com que sejam os trabalhadores a pagar o défice», salientou Bettencourt Picanço

por Pedro Alves, em SERGEI CARTOONS
Fod... Eles falam, falam, falam... e eu não os vejo a fazer nada, pá!

E anda aqui um gajo a trabalhar no duro todo o santo dia, pá!!!

na lingua de Camões: tomo II

Diário de Bordo
Cá estou eu a julgar que vou remando...

Cá vai Deus a remar
e eu a ser um remo com que Deus
rasga caminhos pelo mar...


Sebastião da Gama em «Serra-Mãe»

quarta-feira, novembro 08, 2006

na lingua de Camões: tomo I

Oh, Portugal!

- Oh, Portugal pequenino,

Por onde tu foste andar!...
Deus te dera, por destino,
Sulcar as águas do mar!

Seguindo, no teu roteiro
- Qual eterno peregrino -
Assombraste o Mundo inteiro,
Ó Portugal pequenino!
C
onseguiste o teu intento,
Sem bússula, sem radar;-
- Lançado, ao sabor do vento;
Por onde tu foste andar!...
Os teus bravos navegantes
Tinham amparo divino!...
- Descobrir terras distantes
Deus te dera, por destino!
Sob a cúpula do céu,
Num constante navegar,
Foi ordem que deus te deu:-
- Sulcar as águas do mar!


M. Correia da Silva em «Portugal ao Alto!»

terça-feira, novembro 07, 2006

o choque tecnológico...

O o cantar de galo informa que a Associação Desportiva de Carvalhal já tem um sítio na internet, disponível em www.adcarvalhal.com.
É com muito orgulho e satisfação que, como carvalhense, ex-atleta e sócio deste grande clube, assisto à sua evolução e modernização.
É apenas um pequeno passo, mas capaz de ligar a Associação Desportiva de Carvalhal a todos os seus sócios e simpatizantes. Porque é através desta via, que aqueles que por motivos variados se encontram distanciados fisicamente deste clube, possam manter-se informados a seu respeito.

segunda-feira, novembro 06, 2006

o revés da medalha...


Saddam Hussein, de 69 anos, antigo presidente do Iraque, foi condenado, ontem, pela justiça do seu país, à morte por enforcamento.
Chega assim ao fim o processo mais mediático do mundo, e também o mais controverso.
O julgamento de Saddam teve início em 19 de Outubro de 2005. O Alto Tribunal Penal iraquiano condenou Saddam por crimes contra a humanidade e o sentenciou pelo massacre de 148 xiítas na cidade de Dujail em 1982.
"Nascido em 1937 numa tribo sunita da região de Tikrit, Saddam teve uma infância dura. Ficou órfão de pai ainda antes de nascer e seria um tio que o protegeria durante a infância. Mais tarde, outro familiar, o primo Ahmed Hassan al-Bakr, promoveria a sua ascensão dentro do Baas, força impregnada pela ideologia do socialismo pan-árabe que ambicionava transformar o Iraque no mais poderoso país do Médio Oriente. Revolucionário desde a década de 50, Saddam passou uma época no exílio, tendo estudado direito no Cairo. De regresso a Bagdad, apoiou-se no clã ligado a Tikrit para ganhar relevo no Baas. E, nos anos 70, era já figura incontornável do regime, como número dois do presidente al-Bakr.
Presidente desde 1979, Saddam transformou o Iraque num prolongamento da sua pessoa. Todas as estátuas de Bagdad eram-lhe dedicadas, quase todos os edifícios públicos ostentavam o seu nome, o aeroporto da capital iraquiana chamava-se Saddam Hussein. O clã de Tikrit dominava tanto o Baas como o próprio aparelho de Estado. Os dois filhos do líder, Udai e Qusai, tornaram-se figuras-chave do regime, o segundo como possível herdeiro, o primeiro como terror de qualquer habitante de Bagdad. Chegou a contar-se a história de que muitos membros da elite política e económica de Bagdad proibiam as filhas mais belas de sair à noite por receio de Udai as sequestrar.
Apesar da riqueza petrolífera do Iraque, os anos de Saddam no poder foram de penúria. A guerra contra o Irão, entre 1980 e 1988, deixou o país empobrecido e com milhares de mutilados de guerra. A invasão do Koweit em 1990 foi ainda mais desastrosa, pois levou a um ataque americano e a uma década de sanções da ONU. Saddam foi finalmente derrubado em 2003 por suspeita de possuir armas de destruição maciça (nunca encontradas). O exército iraquiano, sabe-se hoje, não lutou muito pelo seu líder. Nem sequer a famosa Guarda Republicana, que era um dos esteios do regime baasista. Capturado em finais de 2003, Saddam reclama-se ainda presidente do Iraque. Só os sunitas, privados do seu tradicional poder, sentem ainda alguma solidariedade com o antigo líder. Os curdos e os xiitas, que Saddam perseguiu sem piedade, festejam hoje o seu destino."(Diário de Notícias Online)
Quer se goste ou não, Saddam é uma figura incontornável da comunidade internacional. E no caso de não gostar, não podemos deixar de questionar, a validade do seu julgamento e da correspondente sentença.
Será que Saddam teve um julgamento justo? Será que a pena capital sentenciada, que remonta à Lei de Talião, ou seja, "olho por olho, dente por dente", é a mais correcta?
Eu diria que a pena de morte não é a correcta até para o próprio. Sou e serei sempre contra a pena de morte, pois não me revejo no ideal de castigo e de retribuição.
Eu diria que Saddam teve o julgamento que merecia, mas também diria que este julgamento não dignifica a justiça das democracias ocidentais, que directa ou indirectamente, nele se encontram envolvidas.
Aquilo que mais me apraz dizer, é que, aquilo que distingue o ser humano de todos os outros seres é a sua capacidade de raciocínio e a sua inteligência, e é essa capacidade que cria mentes brilhantes como Albert Enstein e Leonardo Da Vinci, mas também mentes perversas como Adolf Hitler, Bin Laden e Saddam Hussein.
Talvez o que os distingue não é inteligência, mas sim o fim a dar a ela. Os primeiros usaram-na em prol da Humanidade, os outros contra.
A medalha, por mais bonita e valiosa que seja, tem sempre duas faces...

segunda-feira, outubro 30, 2006

O que são Grandes Portugueses? Quais foram? Porque foram?

Os Grandes Portugueses é um desafio lançado pela estação pública portuguesa, RTP.
Consiste em algo semelhante a um concurso televisivo, em que as pessoas votam nas figuras portuguesas que se mais destacaram em Portugal.
Tal desafio enuncia uma série de personalidades que abstractamente se poderiam afigurar como Grandes portugueses, podendo contudo, as pessoas votar naquelas enunciadas, bem como, em qualquer outra personalidade, seja essa, anónima ou conhecida do público em geral.
Quem foi afinal a personalidade, ligada às artes, à cultura, à política, ao desporto, às ciências, etc..., que se possa considerar como o Grande Português. Quem será o portador de tal distinção, capaz de honrar tamanha elevação?

Será que foi, D. Afonso Henriques, que foi o primeiro Rei de Portugal e que lutou contra a sua própria mãe em busca de um sonho chamado Portugal; será que foi, Infante D. Henrique, que recebeu da história o cognome de O Navegador, e que dos seus estudos, guiou Portugal à grandeza dos Descobrimentos; será que foi, o visionário Luis Vaz de Camões, que nos deixou um legado literário impar na história e cultura portuguesa, com a obra Os Lusíadas; será que foi Marquês de Pombal, que teve um papel fundamental na reconstrução de Lisboa após o Terramoto de 1755 que devastou a cidade, reerguendo-a em glória e beleza arquitectónica; será que foi, Fernando Pessoa, o eterno poeta português que mergulhou na descoberta do "eu" através da poesia; será que foi Francisco Sá Carneiro, um dos grandes impulsionadores da consolidação da democracia em Portugal, e que morreu num acidente de aviação, cujas circunstancias ainda não são claras, ou terá sido Amália Rodrigues, que se tornou a maior fadista portuguesa de todos os tempos e um ícone popular. Quem terá sido?

Todos estes e muitos outros, não mencionados, foram de facto Grandes Portugueses. Não sei quem terá sido maior de todos, se calhar nenhum se terá destacado face aos demais.
O importante não é classificar estes vultos como melhores ou piores, o importante é recordá-los como figuras ilustres da história portuguesa. O importante é eternizar as suas obras, feitos e conquistas, que galvanizaram Portugal, e eternizar os valores e pensamentos, que deixaram na cultura portuguesa.

Grandes Portugueses seremos nós todos, se jamais os seus nomes forem apagados e esquecidos!

um ilustre lusitano...

Não foi um herói nacional e pouco mérito lhe é reconhecido,
Mas foi e será, um grande Barcelense, um ilustre Lusitano…

Monsenhor Alberto da Rocha Martins, padre, escritor, orador e jornalista, nasceu em Semelhe, Braga, em 8 de Julho 1917, e faleceu em 16 de Agosto de 1995, em Barcelos.
Frequentou os Seminários Arquidiocesanos de Braga, tendo obtido altas classificações.
Foi ordenado Sacerdote no dia 21 e celebrou a sua 1ª Missa no dia 29 de Setembro de 1940.
Em 1941, foi nomeado Prior de S. Martinho de Dume, freguesia suburbana da cidade de Braga, tendo exercido ali, intensa actividade pastoral até 1948. Durante este período de tempo, foi professor em colégios de Braga.
No referido ano de 1948, veio para Barcelos, onde passou a residir com o seu irmão, o saudoso Prior. Padre Alfredo da Rocha Martins, assumindo então a capelania do Senhor da Cruz.
Foi director-fundador do «Jornal de Barcelos», cargo que exerceu durante vários anos, e tendo colaborado em vários outros jornais e revistas, como «Diário do Minho», «Correio do Minho», «Debate», «Diário Ilustrado», «Diários de Noticias», «Povoa de Lanhoso», «Noticias de Guimarães», «a Rua», «O Barcelense»; «Celebração Litúrgica», etc…
Foi competentíssimo professor nos externatos locais «Alcaides de Faria» e «D. António Barroso» e ainda nos colégios do Coração de Jesus e D. Nuno, da Povoa de Varzim
Após a morte do Padre Alfredo da Rocha Martins, ocorrida em 29 de Dezembro de 1968, foi nomeado Prior de Barcelos.
Em 1979, foi elevado à dignidade de Dom Prior da Colegiada Barcelense pelo Arcebispo Primaz, D. Eurico Dias Nogueira.
Na mesma data Sua Santidade o Papa João Paulo II elevou-o à dignidade de Monsenhor na qual foi investido em soleníssima cerimónia, no dia 21 de Outubro do mesmo ano, tendo sido, simultaneamente distinguido pela Câmara Municipal com o título de «Cidadão Honorário de Barcelos».
Foi agraciado com a Medalha de Bons Serviços dos Bombeiros Voluntários de Barcelos de quem era Capelão, Medalha de Ouro – Serviços Distintos da Liga de Bombeiros Portugueses em 30 de Setembro de 1990, foi lhe atribuída a Medalha-Grau Ouro da Câmara Municipal de Barcelos.
Desde muito cedo, revelou grande aptidão para as letras, tendo publicado ao longo da sua vida várias obras literárias, tais como, «Debruçado sobre o Evangelho», «O Problema do Homem e a Realidade Divina», «Nossa Senhora da Franqueira», «Sonho e Certeza», «Um Sonho… Uma Vida… Uma Presença…», «Palavras de Saudade», «Brilhando ao Sol da Justiça».

A melhor maneira de homenagear este ilustre Lusitano, é fazer jús às suas palavras:

O homem é capaz de se entusiasmar e viver com emoção os grandes ideais, comovendo-se, até às lágrimas, perante os grandes heróis e os acontecimentos inesquecíveis. É capaz de se apaixonar diante de um herói, consagra-lo, e perenizá-lo através da palavra empolgante e sugestiva.

O silencio que, conforme a sabedoria, é de oiro, e a palavra que, podendo ser bela e explosiva, soa, passa, perde-se e morre…
Nesta perspectiva, penso que os grandes momentos da glória dum Povo, deveriam ser exaltados no silêncio profundo e respeitoso de homenagem à sua grandeza.
Silêncio de gratidão ao seu esforço, à sua coragem e ao seu martírio. Silêncio que, no mistério da sua eloquência, perenizasse a sua obra imortal.
O silêncio é fecundo! O silêncio é Irradiante!

quinta-feira, abril 06, 2006

o futuro de Portugal e da Europa...

Qual o futuro do projecto de Constituição Europeia? O que significa uma constituição europeia? Que efeitos terá sobre os estados-membros?
Neste momento o projecto de Constituição Europeia continua "engavetado" na maioria dos governos dos estados-membros europeus. Os dois "não", na Holanda e na França, não terão colocado este projecto de parte, na agenda política da União?
Eu penso que sim, e ainda bem. Ainda bem porque, não só está afectado pelas respostas negativas que lhe foi dado, bem como penso, que este projecto deverá ser abandonado e o assunto novamente repensado, não só ao nivel político como o devemos alargar à sociedade civil.
Quem de nós, cidadãos portugueses, está bem habilitado para decidir, com um "sim" ou um "não", quanto ao projecto? Discutiu-se alguma coisa em Portugal? Ouvimos dos governantes o que significa uma Constituição Europeia e que efeitos se repercutem na soberania nacional?
Não podemos ser referendados sobre qualquer matéria sem estarmos devidamente clarificados e informados. Como cidadão preocupado e responsável sobre os assuntos nacionais, alerto os senhores governantes deste facto e, exijo uma discussão clara e responsável de quem de direito, pois como sabem e eu também o sei, a Constituição Europeia afectará o futuro de Portugal.
Sei bem que, os mais prestigiados juristas nacionais, defendem que, a Constituição Europeia não pressupõe um Estado Europeu, e como tal não se trata de um direito estadual europeu, apenas de um direito Constitucional Europeu, mas eu, não estou bem certo disso.
Um estado é a conjugação de trés factores: um povo, um território e uma organização política. Se os analisarmos atentamente, verificamos que a europa é um estado. E se a Europa é um estado, o que são os estados-membros, estados federados ou, simplesmente, regiões.
O que é certo, é que, se não estamos perante um Estado Europeu, porventura, de algo semelhante estamos.
Uma constituição europeia significa que o direito comunitário é valorativamente superior aos direitos nacionais, inclusive o direito derivado europeu (regulamentos, directivas e decisões comunitárias) é superior às constituições nacionais.
Estamos falando de perda de soberania? Essa fomos perdendo ao longo da histórica integração europeia. A verdade é que Portugal, bem como os restantes estados-membros, são ainda nações soberanas, e se o projecto de Constituição europeia é tema de referendo nacional, é porque os estados-membros tem soberania para decidir que futuro a dar a si mesmos, no contexto europeu.
O que me preocupa é, que valor terão os parlamentos nacionais e por que meios, influenciaram os destinos da europa...
Hoje em dia, a União apenas dirige os aspectos e matérias comuns dos estados, ou seja, regula o "condominio" do edificio "Europa". Com a Constituição Europeia, a União regulará não esse condominio, bem como o espaço interno de cada estado-membro. Ou seja, a União governará inclusive os destinos de Portugal.
Será que é isso que queremos, não será que estamos muito bem assim!
A integração europeia pode ter abrandado, mas ainda não terá terminado. Tal como os "pais fundadores" o referiram, a Europa construirá "tijolo a tijolo", um estado de todos os europeus, ou seja, um estado federado.
Assim veremos...

terça-feira, abril 04, 2006

a minha aldeia…S. Paio de Carvalhal

Carvalhal, orago de São Paio, era da casa de Bragança, passando a apresentação dos seus párocos, com o título de vigários, para o D. Prior da Colegiada de Barcelos, aquando da criação da colegiada, no tempo de D. Afonso, 1.º Duque de Bragança e 8.º Conde de Barcelos.
O nome de Carvalhal, sítio onde há muitos carvalhos, vem a esta freguesia de aqui ter havido grandes devesas daquelas árvores.
Nas Inquirições de 1220 vem com a designação -« De Sancto Pelagio de Cavalal », nas Terras de Faria e nelas se diz que o rei tem aqui alguns reguengos e que ista eclesia está no couto do Hospital.
Nessa mesmas Inquirições dizem: em Portocarreiro costumava entrar o mordomo para a voz e calúnia, mas agora entra em Medaos por causa de D. Maria Soares e seus filhos e em Portocarrreiro por causa de Albergaria de Barcelos.
Nas Inquirições de 1228 diz-se que nesta freguesia havia um couto, marcado por padrões, de que se não pagava foro a el-rei e as crianças foram feitas no tempo de D. Afonso avô deste rei.
A Igreja Paroquial era primitivamente no lugar do Assento ou S. Paio, onde estava ainda nos fins do século XVII. Perto dela existia um cruzeiro, com certeza o paroquial, do qual ainda há poucos havia vestígios.
Transferida a matriz para o sítio onde está, foi aí construído um bom templo, século XVIII (que me dizem sofreu grandes reformas) e subsequentemente uma bela torre para os sinos, ao lado da sua fachada, a qual tem um relógio antigo, ignorando-se, porém, quando foi aí colocado.
Das obras que nesta Igreja e ainda na antiga matriz se fizeram nada se sabe de positivo, pois o arquivo paroquial desta freguesia é um dos mais pobres que tenho encontrado.
Em frente à Igreja estende-se um largo e extenso terreiro ao fundo do qual se ergue o Cruzeiro Paroquial, sem data mas que parece ser obra do tempo da Igreja.
Ao lado desse terreiro há varias cruzes de via-sacra tendo uma delas na base o seguinte letreiro - « JOÃO FR.co DOS SANTOS. M. F. ESTAS. – RAS P. D. P. HV. P. N. E. Ab. M. 1726 A.
Há ainda no lugar da Marnota, ao lado do caminho, um cruzeiro tosco sem inscrição alguma.
Encontram-se nesta freguesia os seguintes Nichos ou Alminhas: o de Portocarreiro, o do Cruzeiro, que tem gravado em pedra: ANNO 1852, o de Vila-Chã e o de S. Paio.
O Cemitério Paroquial tem sobre o seu portão a data de 1888 e contém vários jazigos de famílias. Entre eles sobressai um ao fundo, em frente da entrada, mandado fazer por João Gomes Franqueira, o qual pela sua grandeza mais parece uma capela onde se exerce culto.
Há várias capelas nesta freguesia.
Capela de Santa Cruz das Coutadas. Foi erigida em comemoração do aparecimento de uma cruz no solo, no sítio onde está a capela, no dia 13 de Fevereiro de 1861.
Fizeram naquele ano uma barraca de madeira em forma de capela a cobrir aquela cruz e criou-se uma comissão para recolher as esmolas e angariar donativos para a construção de uma capela de pedra, cuja construção se efectuou no ano de 1867.
Tem a seguinte inscrição: – ESTA CRUZ. FOI. APARECIDA. EM. 13. DE. 1861. FOI. ESTA. CAPELA. FEITA. Em. 1867.
Capela de Nossa Senhora da Esperança. É particular e está ao lado sul da Casa de Pereiró, junto ao caminho, a facear com o majestoso portão ameado e armoriado da mesma casa.
Dentro da capela e ao centro existe uma sepultura com escudo esquartelado; no primeiro Pereiras, no segundo Vasconcelos e assim os contrários, elmo e timbre o de dos Pereiras.
Por baixo deste escudo tem a seguinte inscrição: S.A DE BALTAZAR. DE. BRITO. VASCONCELOS. E. DE. SVA MULHER. D. ANT. – 1737.
No distrito desta freguesia, ao subir o monte para a Franqueira, ao lado da calçada que vai até ao convento, estão as cinco primeiras capelas do Calvário.
A primeira, representa o «Senhor no Horto» e foi mandada construir em 1710; a segunda, a «Prisão de Cristo»; a terceira, o «Senhor preso à Coluna»; a quarta, o «Senhor da Cana Verde» e a quinta, o «Senhor dos Passos», seguindo-se outras que já ficam na freguesia de Pereira.
Esta freguesia do Carvalhal está situada em uma planície fértil e é abundante em cereais e vinho.
Confronta do norte com a de Barcelinhos, do nascente coma a de Alvelos, do sul com a de Pereira e do poente com a de Gilmonde.
É banhada pelo ribeiro dos Amiais sobre o qual se contam nesta freguesia seis pontes a saber: a de Medros, a de Vila Chã, arrazada por uma cheia em 1902 e reconstruída em 1907, a da Marnota, a de Longras, a da Várzea e a do Portocarreiro, reformada em 1921.
É servida por uma Estrada Municipal que da freguesia de Barcelinhos, lugar de Mereces, parte da Estrada de Barcelos à Povoa de Varzim e vai pela Igreja até à encosta do monte. Parece que dentro em breve irá até ao alto, junto à capelinha de Nossa Senhora da Franqueira.
Tem as seguintes fontes públicas: a de Pontegãos, a de Pereiró, a de Marnota com a inscrição – C.M. 1900, a da Folha, a de Monte de Baixo, a de Portocarreiro, a do Pequeno e a de Medros.
A população desta freguesia no século XVI era de 38 moradores; no século XVII era de 12 vizinhos; no século XVIII era de 84 fogos; no século XIX era de 500 habitantes e pelo último censo da população é de 738 habitantes, sendo 327 varões e 411 fêmeas, sabendo ler 149 homens e 16 mulheres.
Não tem escola alguma oficial.
Tem caixa de correio.
Esta população está distribuída pelos seguintes lugares habitados: Igreja, Monte de Baixo, Bouça, Monte de Cima, Assento, Vila Chã, Medros, Portocarreiro, Felões, Pontegãos, Pereiró, Longras e Marnota.
As suas casas mais importantes são: a do Jardim, a de Chouso, a do Fidalgo, a de Pontegãos, a de Medros, a da Várzea, a do Fidalgo do Monte, a de Pereiró, a da Igreja e a da Marnota.
Não nesta freguesia a grande indústria; está esta reduzida a algumas moendas e engenhos de serrar no ribeiro dos Amiais e a uma fábrica de fazer papel grosseiro que funcionava ainda há pouco tempo.
A sua população, que é constituída principalmente por lavradores e proprietários, contém porém muitos artistas principalmente carpinteiros, alfaiates, etc.
Tem uma indústria típica que é a de rodeiros de carros de bois e de jugos.
O seu comércio está reduzido a uma única venda ou loja de mercearia.
Dos homens mais importantes que nasceram ou viveram nesta freguesia destacaremos os seguintes:
João Francisco dos Santos, a quem se refere a Crónica da Providencia da Soledade a páginas 304, edição de 1742, dizendo que ele era natural desta freguesia, do lugar de Portocarreiro, e que empregou todos os seus haveres, ganhos no Brasil, em obras pias e devotas, como a colocação do sacramento na Igreja Matriz da sua naturalidade e em outras vizinhas que não tinham.
José de Almeida Castelo Branco de Bezerra, senhor da casa de Pereiro, foipoeta apreciado no século XVIII, achando-se algumas das suas poesias dispersas.
Dr. José Maria de Figueiredo, natural desta freguesia, bacharel formado em Direito pela Universidade de Coimbra, seguindo a Magistratura, foi Juiz de Direito em várias comarcas.
Casou com D. Maria Luísa da Cruz, foi senhor, por compra, da casa de Pereiró nesta freguesia e faleceu em 1926.
Padre Manuel dos Santos Figueiredo, natural desta freguesia, benfeitor do Hospital da Misericórdia desta cidade, cujo retrato se encontra naquela casa de caridade, falecido em 24 de Junho de 1802.
Deu-se nesta freguesia e no lugar das Picas ou Hortão um encontro entre tropas francesas e as guerrilhas portuguesas que se oponham à marcha daquelas em Barcelos.
O general francês Lorges, destacado do Porto para apaziguar e submeter ao domínio daquela nação a província do Minho em Abril de 1809, encontrou algumas terras, como Ponte de Lima e outras, forte resistência, que por fim conseguiu subjugar usando de rigor e represália.
A vila de Barcelos, devido à prudência do seu corregedor Dr. João Nepomuceno Pereira da Fonseca Silva Veloso, natural da Casa da Torre de Moldes, Remelhe, que, abandonado da maior parte dos homens de armas e de todos os meios de resistência e defesa, recebeu os franceses com forçada urbanidade e amizade, foi poupada, nada sofrendo.
Não aconteceu porém o mesmo a algumas freguesias circunvizinhas; as depauperadas guerrilhas tentando opor um simulacro de resistência à marcha dos franceses não o conseguiram, sofrendo em consequência disso mortes, ferimentos dos seus moradores e incêndios de algumas das suas casas, como sucedeu em Perelhal, Gilmonde, Barcelinhos e nesta do Carvalhal.
Pelo registro paroquial se vê que desta freguesia morrerem para cima de seis pessoas nessa ocasião, não sendo porém possível apurar o mais que sucedeu”.


História da Freguesia de Carvalhal retratada por Teotónio da Fonseca em 1948

sábado, abril 01, 2006

o defeso do campeonato popular está a terminar...

Aproxima-se mais uma época de futebol popular. Este período de “defeso” deve ter servido como tempo de pausa e reflexão. E todos têm necessidade de reflectir.
A cada ano que passa, e (já) vamos para o 12º, as exigências são cada vez maiores, assim como as responsabilidades, sejam elas individuais ou colectivas.
O campeonato popular tornou-se num “grandioso fenómeno” no concelho de Barcelos, possibilitando que cerca de 1500 atletas pratiquem desporto, neste caso, futebol, ao longo de quase um ano inteiro. Para pôr este número de atletas em actividade estão envolvidos centenas e centenas de dirigentes das associações das freguesias participantes, dando o seu melhor em prol da comunidade que representam. Várias dezenas são os árbitros e árbitros-assistentes, que com o seu indispensável contributo, muitas vezes incompreendidos, pois o árbitro tem a tarefa mais difícil num jogo de futebol: não tem adeptos e, ninguém se lembra, que só não comete erros quem não desempenha a sua função. Verifica-se por vezes que alguns “mal formados”, por tudo e por nada não enjeitam a possibilidade de descarregar as suas frustrações em cima daqueles que têm a difícil missão de arbitrar um jogo de futebol. Sobre os erros dos árbitros no “popular” e para evitar entrar num “discurso redondo” não vale a pena falar muito. Se os árbitros erram no desempenho de funções ao mais alto nível mundial, não vão errar no “popular”? É claro que vão!
Para se ter noção da realidade, não se pode deixar de fazer referência às mais de 50.000 pessoas que no decorrer de cada época se deslocam das suas freguesias para outras, presenciando os jogos das suas equipas e criando, com isso, uma das mais-valias do campeonato popular: o intercâmbio a vários níveis entre as gentes das diversas freguesias do concelho.
À direcção da Associação de Futebol Popular de Barcelos cabe a tarefa e a responsabilidade de fazer os reajustamentos necessários em termos organizativos no intuito de corrigir algumas insuficiências ou eliminar eventuais lacunas. Esse deve ser o seu rumo. Todos temos o dever de tentar aperfeiçoar, essencialmente, quando nos dedicamos a causas públicas. No entanto, por muito que se melhore, também não podemos cair no extremo de exigir a perfeição... A perfeição é uma meta impossível!
Aos dirigentes das associações participantes cabe a tarefa de proporcionarem aos atletas condições condignas de ocupação dos seus tempos livres de forma sadia, sendo para isso necessário muito empenho e trabalho que nunca nos esqueceremos de o enaltecer; mas também a responsabilidade de incutirem no seu grupo “valores e princípios”. Estando nós perante uma competição de cariz “popular”, esta terá, obrigatoriamente, de se nortear pelos valores da verdade desportiva, da transparência e do fair-play. Dizem, e eu não encontro nada para discordar: “um grupo, por norma, espelha sempre o caracter dos seus líderes”.
Ainda que um pouco em surdina, mas nem por isso deixa de ser “voz corrente” daqueles que mais de perto estão ligados ao “meio”, que existem inscrições irregulares de atletas. Pelo que me chega, inscritos como cidadãos residentes na freguesia (...), apenas para tornar a equipa (...) mais forte, quando é do domínio público que estas residências não correspondem à verdade. Todas ou quase todas as semanas, aqui e ali se vai ouvindo falar destes casos, por aqueles que são conhecedores desta realidade em concreto. Isto (infelizmente) acontece devido à falta de responsabilidade de alguns dirigentes desportivos, mas, para que esta situação se efective torna-se necessário: a irresponsabilidade, o desleixo, a falta de princípios, e outras coisas mais que eu por decoro me recuso a escrever, de alguns autarcas que sem a mínima dignidade exercem cargos tão nobres. Todos os atletas para validarem a sua inscrição como residentes na freguesia (...) têm de fazer acompanhar a ficha de inscrição de um “atestado de residência” emitido pela respectiva Junta de Freguesia e/ou da sua certidão de eleitor emitida pelo programa do “STAPE”. Fazendo fé no que se vai ouvindo, vindo de quem é usual designarmos de “mentideros” estamos perante uma cruel realidade! Neste momento, reflectindo nisto, sinto uma certa dificuldade em alinhar ideias. Quanto injusto isto é para todos aqueles autarcas e são muitos, (desta cruel realidade fala-se apenas de um ou outro caso) que muitas vezes contra “ventos e marés” se batem afincadamente por os mais elementares valores de cidadania. Quem incorre neste tipo de comportamento deveria corar de vergonha até à eternidade. Mas não, coram todos aqueles que sentem obrigação de contribuir na construção de um futuro mais risonho para os vindouros. “Os ditos cujos, talvez chafurdando na pequenez do seu mundo”, nem se apercebem de nada. Parece impossível!!! Mas dizem que é assim... Como as palavras não me surgem, tendo por isso dificuldade em encerrar o tema, resta-me, citar aqui um amigo meu, que quando em conversas de café por vezes se fala nestas “habilidades ou em chico-espertices” semelhantes levadas à pratica por alguém, depois de ouvir atentamente a história, imediatamente afirma: “quando for grande, quero ser como eles!!!”.
Como não pode deixar de ser, no contexto do “futebol popular” os atletas são sem margem para dúvidas o “elo mais forte”. É por eles e para eles que muitos trabalham, sacrificando-se vezes sem conta a sua vida a vários níveis, como também, a daqueles que lhes são próximos.
O desempenho dos atletas que jogam no campeonato popular é deveras importante. Compete-lhe ajudar a formar um grupo unido e coeso, fomentando a camaradagem, a disciplina, o respeito por todos os intervenientes no jogo sejam eles directos ou indirectos. Têm imensas responsabilidades, porque neles se reflecte a imagem da freguesia que representam. E, quer queiram quer não, transportam-na, enobrecendo-a ou atirando-a para a lama... A sua atenção é indispensável no sentido de verificar se todos os colegas do grupo caminham no rumo certo. Haverá, talvez, colegas vossos por razões que aqui e agora não interessam, descambam para caminhos perigosos e inadequados. O vosso contributo é decisivo para os fazer regressar ao local de onde nunca deviam ter partido.
Hoje, jogar futebol no campeonato popular durante uma época inteira, não se pode encarar de ânimo leve, como sendo uma brincadeira qualquer ou algo do género. Os jogadores do “popular” sujeitam-se a um desgaste físico tremendo ao longo de quase um ano inteiro, a grande maioria, como também se vai ouvindo (honra seja feita ao G. D. R. de Campo e possivelmente a mais um ou outro atleta, que são excepção), sem ter a mínima consciência se o seu organismo e a sua saúde o permitem. Sem consultar um médico que os examine devidamente para se aquilatarem das suas reais aptidões em termos de prática desportiva.
Já tenho conversado com alguém imensamente preocupado com isto, sei também que este tema não passa ao lado da direcção da Associação de Futebol Popular de Barcelos que me parece dispor de meios logísticos e financeiros limitados..., para por si só resolver a questão. Este não é só um problema do “popular”, é um problema de todas ou quase todas as associações que têm atletas a praticar desporto não federado. Devido à dimensão que atinge, torna-se num problema sério do concelho de Barcelos - digo eu, é claro. Perante tal cenário, não será este um tema para todos reflectirmos?
Dentro de poucos (...) dias entraremos em Campanha Eleitoral para as Autárquicas. Não será este um assunto interessante e pertinente para os políticos da nossa praça discutirem na campanha? Um problema fulcral do desporto no concelho não terá a importância suficiente para deixar para trás: “discussões fúteis, intrigas insuportáveis, guerrilhas inúteis, e por vezes, até, ataques... pessoais indecentes” que desmotivam cada vez mais os cidadãos, levando muitos a incorrerem no erro de não cumprir o seu dever cívico? Esse leque imenso de candidatos, não se preocupará com milhares de atletas inscritos nas associações do concelho praticando as mais diversas modalidades desportivas, a enormissima (estarei a exagerar?) maioria sem qualquer exame médico?
Para manifestar a minha opinião confesso-vos: filhos com condições de jogar no “popular” não tenho, se tivesse, jogariam com certeza. Depois de um médico os considerar aptos para tal. Quanto a mim: o “cabelo... branco”, a cada dia que passa tolhe-me a velocidade não me permitindo sequer ser candidato a “apanha-bolas”, porque até para essa função (e não a considero menor), só a desempenharia com a certeza de que o meu organismo e a minha saúde o permitiam.
O “defeso” do campeonato popular está a terminar... com ele, não se pode esgotar o tempo de reflexão.
Manuel Sousa

sexta-feira, março 31, 2006

regionalização: sim ou não?

São mais de trinta anos de avanços e recuos…

Desde a restauração da democracia, muita tinta tem corrido em torno da questão da regionalização administrativa, tendo-se intensificado a discussão, aquando da realização do referendo nacional sobre a Regionalização.
Em Outubro de 1998, os cidadãos portugueses foram chamados a pronunciar-se sobre a questão da regionalização. Pela segunda vez, desde 1974, que se utilizava o mecanismo do referendo, não tendo, tal como o primeiro, sobre o aborto, resultados animadores e concludentes.
Isto porque, verificou-se uma enorme abstenção, atingindo os 51,6%. Ou seja, mais de metade do número de eleitores inscritos no recenseamento, não compareceram nas mesas de voto e como tal, não exerceram o seu direito/dever de cidadania.
De acordo com o art.115º/11 CRP, o referendo em causa não teve carácter vinculativo.
É no entanto importante interpretar o elevado abstencionismo e os resultados eleitorais (Sim-36,4% e Não-63,5%), pois, apesar de não vinculativos, são reais intenções de voto.
A generalidade da população portuguesa sofre da falta de civismo e é por si só, desinteressada pelas questões nacionais, e como tal, poderia ser a única razão de tamanha abstenção, mas como eu penso, não o é! O desinteresse neste caso, não resulta em exclusivo do egocentrismo português, mas sim, também, da baixa qualidade dos agentes políticos e da forma como eles hoje, fazem política.
A questão da regionalização é um assunto importantíssimo para a vida de um país e requer uma profunda discussão política e cívica. O que é facto, é que quando nos debruçamos sobre os resultados do referendo, verificamos que, significativa percentagem do não, resulta de eleitores que, á priori, seriam os mais beneficiados com a criação das regiões administrativas.
De tais resultados, se denota que a população portuguesa não estava minimamente informada.
Por isso, mais importante que defender a minha posição quanto a Regionalização, pretendo contribuir de forma activa para a discussão e reflexão colectiva da questão.
Como diz o Dr. Freitas do Amaral, e que eu sublinho, “pior do que não ter uma regionalização, será fazer uma má regionalização para o país, isto é, uma regionalização mal estudada, mal concebida ou mal executada”.

Regionalização, o que é?

A Regionalização consiste, fundamentalmente, na criação de um poder administrativo intermédio que se consubstancia na descentralização das actividades de um Estado nacional, delegando na Administração Regional uma série de responsabilidades e poderes específicos.
A Administração Regional é composta por uma série de regiões administrativas, que são pessoas colectivas territoriais, supra municipais, com autonomia administrativa e financeira, dotadas de órgãos próprios de decisão, eleitos pela população residente na circunstancia territorial que lhe serve de base e aos quais, são conferidas competências para a prossecução de interesses próprios e específicos das mesmas populações.

Sim, sou a favor da Regionalização Administrativa.
A Regionalização é, além de tudo mais, um imperativo constitucional que deve ser cumprido.
Segundo porque, continuo a pensar que, se Portugal quer afirmar-se na Europa e enfrentar os desafios internacionais como a globalização, o país tem que se desenvolver uniformemente em todo o seu território, isto é, atenuar as assimetrias regionais que cavam um fosso entre regiões mais atrasadas e as regiões mais desenvolvidas. Sem líderes regionais não há quem lute pelo desenvolvimento económico, social e cultural.
A Regionalização pode não corrigir todas as distorções e desigualdades sociais e territoriais numa nação, mas cria um aparelho institucional capaz de minimizar os problemas acarretados por essas desigualdades.
Nos termos da Constituição da República cabe ao estado, “promover o desenvolvimento harmonioso de todo o território nacional” e criar condições de “igualdade de oportunidades entre os portugueses”.
Esta é sem dúvida, a principal razão pela qual me revejo na regionalização, mas também porque as razões e argumentos do não, não me convencem.
Portugal estando integrado na União Europeia, deveria observar o que acontece nos outros estados-membros e constatar que, a maioria tem administrações publicas regionalizadas e que o são, de facto, mais eficientes do que a nossa, e que os próprios países são bem mais desenvolvidos do que nós.
Será nós é que somos os inteligentes…

começa aqui e agora...

O blog, o cantar de galo, será, de hoje em diante, um local, onde nele se poderão criticar, discutir, opinar, comentar e exprimir sobre todo o tipo de questões.
No entanto, incidirá essencialmente sobre questões de indole local e regional, ou seja, a vida da minha aldeia, da minha cidade e da minha região.

“Que este blog seja um local sagrado de visita…”

a lenda do galo!

Ao cruzeiro setecentista que faz parte do espólio do Museu Arqueológico de Barcelos, está associada uma curiosa lenda - A Lenda do Galo de Barcelos.
".......... Os Habitantes do Burgo andavam alarmados com um crime e, mais ainda, por não ter descoberto o autor. Certo dia, apareceu um Galego que se tornou de imediato suspeito do dito crime, visto que ainda não tinha sido encontrado o criminoso. As autoridades condais resolveram prênde-lo e, apesar dos seus juramentos de inocência , ninguém o acreditou. Ninguém julgava crível que o galego se dirigisse para Santiago de Compostela em cumprimento de uma promessa como era tradição na época , e fosse devoto fiel de S. Paulo e da Virgem Santíssima. Por isso foi condenado à forca. Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o havia condenado a tal destino. A autorização foi-lhe concedida, e levaram-no à presença do dito magistrado, que nesse momento se deleitava e banqueteava com os amigos . O galego reafirmou a sua inocência , e perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que se encontrava no centro de uma grande mesa, exclamando «« É tão certo eu estar inocente , como certo é esse galo cantar quando me enforcarem »», perante gargalhadas e risos, não se fizeram esperar , mas pelo sim e pelo não, ninguém tocou no galo. O que parecia impossível aconteceu. Quando o peregrino estava a ser enforcado , o galo ergueu-se na mesa e cantou ! Após tal acontecimento mais ninguém duvidava da inocência do Peregrino . O Juiz correu à forca e com espanto vê o pobre homem de corda ao pescoço, mas o nó lasso, impedindo o estrangulamento. O homem foi imediatamente solto e mandado em paz. Volvidos alguns anos, voltou a Barcelos e fez erguer um Monumento em Louvor à Virgem e a Santiago....."

vamos todos cantar de galo...

A população barcelense une-se, para repudiar a anunciada medida do Governo, que visa o encerramento da maternidade, na unidade hospitalar de Barcelos.
A argumentação do ministro da Saúde é no sentido de que, Barcelos não têm partos suficientes que justifique uma maternidade no seu hospital, bem como a actual não tem condições para a realização dos mesmos.

A atitude do governo prejudica os reais interesses da cidade de Barcelos e dos seus cidadãos, e a argumentação de tal medida não nos convence. O que realmente se passa é que, o encerramento da maternidade do hospital de Barcelos, é uma decisão política pouco responsavél, da qual se denota, que os critérios economicistas se sobrepõem aos criterios de serviço e interesse publico.

Meus senhores, o dinheiro não é tudo na vida!