quinta-feira, janeiro 04, 2007

a saga continua...


Bagdad enforca mais dois antigos responsáveis
Os "Doze Indomáveis Patifes" de Saddam Hussein ( Dirty Dozen) - na definição cinematográfica que os EUA fizeram dos mais próximos do antigo presidente - estão, desde a madrugada de hoje, reduzidos a dez, com a prevista execução de Barzan Ibrahim al-Tikriti e Awad Hamed al-Bandar.
Um chefiou os serviços secretos iraquianos, outro dirigiu o Tribunal Revolucionário. Ambos deviam ter sido mortos no mesmo dia que Saddam, no sábado. Era o que estava previsto, não se desse o caso de as autoridades de Bagdad quererem que 30 de Dezembro de 2006 ficasse para a História como o dia em que Saddam morreu. Portanto, a escolha recaiu sobre a madrugada de hoje, horas após o fim do Aid al-Adha (a festa muçulmana do sacrifício).

Em 20 de Março de 2003, noventa minutos após o fim do prazo para que Saddam Hussein e os seus dois filhos abandonassem o Iraque, os EUA iniciaram os bombardeamentos de precisão.

Na altura, muito se debateu no Ocidente em torno desta invasão norte-americana. Apesar de haver uma condenação geral a Saddam Husseín, e de haver uma reclamação geral dos ideais ocidentais, de ordem democrática e dos direitos do Homem, uns optavam pela vía diplomática para a resolução dos demais problemas que o Iraque acarretava para o Mundo Ocidental, outros optavam pela via militar, como a única solução de salvar o Mundo do Iraque nuclear.

Sabendo que, a guerra no Iraque resultou do envolvimento emocional do povo americano, fragílizado pelo sucedido no 11/9, esta já há muito estaria progamada na agenda política de Bush, ou seja, mesmo que não se tivesse registado tal acontecimento. A guerra no Iraque era inevitável para o sr. Bush.
Ele próprio tratou de proliferar em todo Mundo, que o Iraque possuía armas de destruição massiva, e de que, Saddam estaria pronto para as utilizar.
O que é um facto, é que os EUA não se envolveram nesta guerra sozinhos, a Europa (não toda) também se fez a ela, quer pelo facto de acreditar no fundamento do sr. Bush, quer pela tal condenação a Saddam Husseín e da reclamação aos ideiais democráticos e dos direitos do Homem.

Agora, pergunto-me: a resolução do terrorismo e do Iraque passa pela violação desses mesmos direitos do Homem (o direito à vida), que tais países tanto apregoavam? Passa por enforcar os responsáveis políticos de Saddam, e ele próprio? Passa por fazer dele um mártir e aumentar o fundamentalismo islâmico?
É nisto que eu quero ver uma Europa forte: defensora dos seus ideais, capaz de fazer frente às políticas homicídas dos EUA, de lutar pela Paz, capaz de criar um Mundo melhor não só para nós, mas para toda as Humanidade.

Só espero que esta "produção cimanatográfica" americana não tenha sequela...

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